quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cuidado: Publicações Impróprias em Redes Sociais podem prejudicar quem busca Emprego


Fotos daquele churrasco em que todos beberam demais, frases do tipo “não aguento mais trabalhar” ou “eu odeio o meu chefe” são comuns no face book. Mas, quem já tem ou que está a procura de emprego, deve pensar mil vezes antes de expor sua vida nas redes sociais. Os exageros podem acarretar em demissão ou a eliminação de candidatos.
Face book, Orkut e Twitter passaram a ser utilizados como ferramentas investigativas na seleção de interessados em vagas tanto na iniciativa privada como na pública.
Como exemplo, Roberto Martins, que é gerente de recursos humanos da Beneficência Portuguesa e professor de RH da Tecnoponta, revela que utiliza a ferramenta para “confrontar realidades”.
“A entrevista não é substituída pela busca do perfil do candidato nas redes sociais. O que fazemos é pesquisar sobre o comportamento, e identificar atitudes que estejam ou não em equilíbrio com o perfil da empresa. Muitas vezes, o que o candidato diz na entrevista é desmentido nessa pesquisa”, explica.
Martins diz que avalia o linguajar, as comunidades as quais o candidato participa, entre outros aspectos. “Se a pessoa aparece em fotos com diversas cores no cabelo, alargador na orelha não pode contratar para o cargo de recepcionista, por exemplo. Mas isso sempre depende do perfil da empresa.”
Por outro lado, as redes sociais também podem ajudar na hora de procurar um emprego. “A internet pode ser um meio fácil e eficiente de procurar e conseguir um emprego basta saber usar”.
Sem pesquisa – Entretanto, nem todos concordam em avaliar elementos da vida privada para o exercício da carreira profissional. A dona de uma consultoria de recursos humanos em Santos, Roberta Trigo, considera antiético fiscalizar Face book e Orkut. “Não podemos julgar o profissional pelo que ele faz fora do trabalho. Muitas vezes, as fotos e comentários publicados correspondem a um momento de diversão, explosão, não podemos generalizar e julgar”, defende.
“Para o professor de Direito e especialista em Direito Eletrônico, Marco Antônio Araújo Junior, a prática além de não ser ilegal está dentro do poder investigativo da empresa ou da banca examinadora, quando nos casos de concursos públicos.” A seleção e a entrevista tem caráter subjetivo. “Desta forma, identificar candidatos que tenham comentários ou participem de comunidades preconceituosas, sexistas, homo fóbicas ou que instiguem a prática de crimes pode ser mais um critério de exclusão”.
O especialista defende a busca de dados da vida atual e pregressa de candidatos a empregos públicos ou privados na internet. “O futuro empregador pode ter ciência do perfil do candidato a partir de suas preferências ou associações, e aprová-lo ou não em um processo seletivo”. Um dos grandes problemas, de acordo com Martins é que muitos candidatos que participam de processos seletivos não se dão conta de que sua página no Face book, Orkut ou Twitter pode estar sendo monitorada e, em razão disso, acabam adotando posicionamentos inapropriados.
“Manter uma conduta equilibrada, sem excesso de exposição, com fotografias sóbrias pode ser um diferencial para quem pretende encontrar uma posição de destaque no mercado de trabalho.”, adverte o professor. (A Tribuna On-line)

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